Os caras, os paus e as cruzes
O senador Romero Jucá fez pronunciamentos comparando os políticos atuais com as vítimas das fogueiras da Santa Inquisição, da Revolução Francesa e do Nazismo.
Jucá é um dos poucos políticos que nos fazem lembrar sábios como Rui Barbosa, que ao ver um de seus patos de estimação ser roubado deu tantos bons conselhos ao ladrão que ele acabou por perguntar: o senhor quer que eu solte ou leve o pato?
Romero Jucá é mais ou menos desse nível. Do Rui Barbosa??? Podemos dizer, com certeza absoluta, de ambos! A diferença é que Jucá levaria o pato, pegaria também os que estavam soltos e ainda pediria um saco de ração ao Rui. Afinal, são muitos anos de experiência na vida pública e o sangue não sobe mais até a cara!
Meu leitor e amigo Chiru enviou um áudio em que o jornalista Ricardo Boechat subtraiu toda a Inteligência maligna de Jucá, e desmontou sua teoria de que os interessados especulam, a imprensa condena, o povo decreta a sentença e o Judiciário só assina. E que, igualmente os políticos estaríam vivendo numa só época o Nazismo, a Santa Inquisição e a Revolução Francesa, bastando uma acusação para uma condenação.
Boechat, num raciocínio bem desenvolvido, coloca cada coisa – os caras, os paus, as cruzes e as cinzas – no seu devido lugar! Mas quem define melhor Romero Jucá é o senador Magno Malta, do Espírito Santo: num sequestro, por exemplo – segundo o senador capixaba – ele (Jucá) fala fácil com todo mundo, com um poder de convencimento desmedido: conversa com a polícia, com os sequestradores, com o sequestrado, com a família do sequestrado, intermedia as negociações até que reine a paz entre todos. Mas é tão hábil, mas, tão hábil, que ainda fica com o dinheiro do resgate!!!
E, curiosamente, se fizermos uma viagem do Planalto aos presídios, com escala nas agências bancárias, veremos que foi exatamente isso que o PMDB de Romero Jucá fez com o PT.